domingo, 12 de maio de 2019

Lâmpadas UVs para tigre d'água.


As tigres d’água são ectotérmicas (não são capazes de regular a temperatura por mecanismos internos), necessitam de fontes externas de calor para elevar e regular a temperatura, e assim, podem atingir um grau considerável de estabilidade da temperatura corpórea por meio da regulação da troca de energia térmica com o ambiente. As temperaturas corporais de tartarugas que se aquecem ao sol são mais elevadas do que as temperaturas da água e do ar e podem acelerar a digestão, o crescimento e o desenvolvimento dos ovos.

 
Outras funções orgânicas estimuladas pelo aquecimento: apetência (fome, vontade de comer), digestão (conversão do alimento ingerido em nutrientes assimiláveis), assimilação (aproveitamento dos nutrientes para os diversos sistemas corporais), excreção (eliminação dos resíduos resultantes dos processos corporais), respiração (processo oxidativo para produção de energia), manutenção de um sistema imune ativo (capacidade de resistir a doenças), atividade muscular, reprodução, as sínteses hormonal e enzimática e o que mais que mantenha o quelônio saudável, são influenciadas também pela temperatura.


Nesse sentido, torna-se evidente que um controle adequado da temperatura é essencial para a obtenção de sucesso em manter o recinto saudável.


O ideal é dispensar ao quelônio a luz solar, diariamente, dando-lhe a opção de quando ele quiser ele procure o sol e quando não ele se retire, mas para aqueles animais restritos ao interior das residências necessitarão de lâmpadas artificiais específicas para répteis para suprir a demanda de radiação e calor solar. 

Tipos de lâmpadas

 

As lâmpadas a serem utilizadas para tigre d’água são divididas em 3 modelos: UVA, UVB e aquecimento, cada uma com função diferente. O uso delas são necessárias quando o animal não tem acesso ao sol periodicamente.

LÂMPADA UVA – essa radiação auxilia na apetência, no comportamento reprodutivo. Pode-se usar de 75 a 100 watts de potência (30% de UVA). Essa lâmpada pode emitir um pouco de calor.

LÂMPADA UVB – auxilia no metabolismo da vitamina D3 e absorção do cálcio, na prevenção e reversão de doenças metabólicas.

Pode-se usar de 3.0 a 5.0 (porcentagem de radiação UVB emitida).

O recomendado é a de 5.0. com potência entre 15 a 30 watts.

Se optar pela lâmpada de 3.0, esta terá que estar mais aproxima da área que o animal se encontrará para ter o efeito.

Lâmpada UVB 5.0
Lâmpada tubular 5.0

LÂMPADA de AQUECIMENTO – auxilia no metabolismo em geral, possui a função de aquecer o ambiente.
 
Ela é ideal para regiões do país onde se tem a temperatura mais fria como o sul, sudeste e em determinadas regiões com norte e nordeste talvez seu uso não seja recomendado. Deve-se avaliar a temperatura do local com um termômetro para ver se é viável tê-la.

Lâmpada de cerâmica


Encontra-se diversos modelos de lâmpadas de aquecimento: cerâmica, infravermelho, halôgenia, incandescente. As lâmpadas feitas de cerâmica são ótimas opções por sua resistência e por não emitir luz. Busque lâmpadas de aquecimento até a potência de 100 watts para evitar sobre carregamento de sua rede elétrica.

É necessário que o recinto de seu quelônio tenha um termômetro para aferir a temperatura ambiente e assim determinar se é necessário ou não, ou quando usar a lâmpada de aquecimento. Além de informar se os parâmetros do recinto estão aceitáveis.

Outro dispositivo para se ter é o Dimmer, capaz de controlar a potência da lâmpada, o que ajudaria a determinar a temperatura que se quer manter.


Distância das lâmpadas

 

A distância que as lâmpadas devem ficar em relação a área seca, ao solo, é em média de 30 cm (para UVB 5.0 e aquecimento), no entanto, essa distância deve variar para mais ou para menos de acordo com sua função e potência.
 
A UVB de 3.0 deverá estar mais aproxima da área seca, rampa ou tronco (em torno de 20 cm).

Em relação a tensão, voltagem 110v ou 220v, irá depender do que é fornecido na sua casa pela concessionaria que fornece energia elétrica.

Tempo de uso


As lâmpadas são um recurso que auxiliam no cuidado do seu quelônio, e em hipótese alguma se comparam a luz natural emitida pelo sol, mas se usadas de forma correta atendem a demanda trazendo benefícios ao seu animal.


Pode-se fazer uma relação para se determinar o tempo de uso das lâmpadas UVs por dia e atender a necessidade da tigre d’água.
 
Relaciona-se 30 minutos de acesso a luz do sol seria em torno de 2h30 minutos de luz UVs. Nesse sentido, deve-se deixar a lâmpada UVs acesas em torno de 3 a 4 horas por dia o quê já ofereceria o mínimo de radiação para manutenção da saúde do seu animal.

Vale ressaltar que se deve respeitar o interesse do animal em sair da água e secar-se. Não se deve forçar a exposição as lâmpadas, e no recinto deve haver local com água, sombra para que ele faça sua termoregulação.

Com o passar do tempo e observação pode identificar o período que o animal mais fica na área seca e assim ajustar a ligar as lâmpadas nesse período. Um dispositivo que auxiliaria nesse controle seria o Timer, que é capaz de controlar automaticamente quando as luzes seriam acessas e o tempo que ficariam acessas.

Tempo de troca


Em todo produto, em sua embalagem, encontra-se o tempo que ele deve ser trocado, essa informação vai variar de marca para marca, assim como tempo de uso, mas recomenda-se que essa troca não ultrapasse 12 meses, por que a partir desse período perde-se a quantidade de emissão de radiação e diminui a eficiência da lâmpada.


Observações


A temperatura da água deve ficar entre 26 a 28ºC e para estimular o quelônio a sair da água e que ele procure a área seca para secar-se e aquecer-se a temperatura ambiente, do recinto, deve ser mais alta em torno de 30ºC, mas se deve  respeitar um gradiente de diferença de temperatura que não deve nunca ser mais de 5ºC.

Assim como a exposição à luz do sol não deve passar por nenhum filtro como vidros, plásticos, também deve-se respeitar essa premissa para luz artificial.


As lâmpadas UVs devem ficar posicionada perpendicular a área seca, ao solo, para que se aproveite o máximo da emissão de luz, de preferência sob a rampa que da acesso a parte seca, pois isso auxilia no estímulo a sair da água.










quinta-feira, 9 de maio de 2019

Tigre d'água - Como definir o tamanho do aquaterrário.

Quando se pensa em montar um aquaterrário um aspecto básico e primordial que deve ser seguido é respeitar as necessidades fisiológicas da sua tigre d'água.

Critério a ser observado e que definirá o tamanho mínimo para seu aquaterrário é o comprimento linear do casco, outro fator é a largura do tanque (quando retangular), uma boa largura garantirá espaço para que ela nade com facilidade. Esse raciocínio seguirá para os demais formatos de tanque como caixa organizadora, alvenaria, caixa de massa. 

O tamanho mínimo do aquário tem grande importância, pois as características da água mudam rápido em recintos com pouco volume de água. Um volume adequado para idade do animal permite uma melhor diluição dos excrementos, dando-lhe mais tempo entre as trocas parciais de água e manutenção.

A princípio é preciso ter consciência que uma tartaruga tigre d’água (OA ou OV) em sua fase adulta poderá atingir um comprimento linear de casco de 30 a 35 cm, sem contar com o tamanho do pescoço, cabeça e patas, que também precisam ser considerados, dessa forma, ela necessitará de no mínimo 120 a 150 litros úteis de água para cada indivíduo.
Nesse sentido, para uma tigre d’água adulto, será necessário um aquaterrário de aproximadamente 200 litros para cada indivíduo no recinto, esse volume garantirá espaço suficiente para nadar, mudar de direção confortavelmente, saltar na água e poderá evitar disputas por espaço.
Aquaterrário com área seca externa
Quando o aquaterrário possui a área seca conjugada, recomenda-se colocar água, somente água, em torno de 50% a 60% do volume do aquaterrário e para tartaruga adulta, por volta de 7 anos, é necessário ter terra ou areia (aproximadamente 25 cm de profundidade) para que ele seque-se, caminhe e se necessitar desovar. Vale lembrar que o macho também precisa desse espaço com terra.
Aquaterrário com área seca conjugada
Em relação ao display não existe o correto, vai depender do que deseja construir de acordo com espaço, necessidade do quelônio, de quanto tem para investir. No entanto, o formato mais recomendado é o retangular, pois possui uma maior área de superfície em relação ao volume, mas pense em manter sempre um comprimento maior que a altura.

É necessário estudar e avaliar bem o projeto que se quer fazer para definir o que você deseja e o que seu animal necessita, pois assim, você evitará gastos desnecessários e perda de tempo.

O volume útil de água (apenas água) que usará definirá  quais equipamentos como filtro, bomba, quantidade de mídias irá precisar ter no projeto.

Veja o exemplo:
  
Definido o volume de 200 litros.

Esse será nosso volume útil de água (só água), em um aquaterrário no qual a área seca seja externa a ele, usando todo espaço para a água. 
Nesse raciocínio, precisaríamos de um filtro canister  de 2000 Litros/h (recomenda-se sempre um filtro externo), para que toda a água do recinto passe por ele no mínimo 10 vezes, garantindo uma água limpa e de qualidade. 

Segue o mesmo pensamento quando usarmos o filtro SUMP, precisaremos de uma bomba de recalque de 2000 l/h.

Se no aquaterrário tivermos a área molhada e a seca (acima) no mesmo recinto dimensionaremos o volume útil de água  em torno de  50 a 60% do espaço. Assim, necessitaria-se de um filtro ou bomba com 1200 l/h. 
como calcular volume de água
Aquário retangular
Também deve-se pensar no volume de água descontando a decoração, substrato de fundo e equipamentos, assim, diminua 15% do volume calculado, no exemplo acima teríamos 170 litros de água.

Para completar o aquaterrário necessitaria-se definir qual modelo de filtro utilizar, como já dito, um filtro externo classe 10 com filtragem química, física, biológica é o melhor para tigre d'água. Mas por mais eficiente que seja a filtragem entenda que sempre haverá acúmulo de resíduos não aproveitados e dejetos excretados que deverão ser eliminados por sifonagem.

Um termostato com aquecedor de acordo com o volume útil de água usando a referência de 1W para cada litro de água. O uso do termostato dependerá da temperatura da região onde está. Lembro que o de metal é melhor para evitar quebra. 

Uso de termômetro é essencial para verificar se a temperatura da água está dentro dos parâmetros desejados.

Para o animal que não pega sol regularmente lâmpadas UVA e UVB e de aquecimento, está quando regiões mais frias.

Vale ressaltar uma alimentação adequada para idade do quelônio, assim como, condicionador de água para retirar metais pesados; teste pH realizado com frequência; suplementação de cálcio.


 




 

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Alimentação de Tigre d’água


A tigre d’água é um quelônio onívoro, ou seja, alimenta-se de produtos oriundos de proteína animal e vegetal. Cada espécie de quelônio, tem sua dieta correspondente dentro da sua proporção, e de acordo com suas características, necessidades e idade.
Tigre d'água
Em cativeiro a melhor opção para alimentação são as rações por serem mais completas nutricionalmente e balanceadas para suas necessidades específicas.

Muito importante, elas devem ser alimentadas dentro da água, pois não produzem saliva, assim se alimentadas fora da água podem engasgar com facilidade. Sugere-se também evitar alimentá-las com as mãos prefira pinças próprias, assim evita-se que elas queiram morder os dedos confundindo com alimento.

Encontra-se em lojas de aquarismo, tanto física como na internet, inúmeras opções de rações, deve se atentar para ração específica para idade que o animal se encontra, rações baby devem ser oferecidas até por volta de 1½ ano quando ainda juvenis, depois desse período deve oferecer ração própria para tartaruga adulta.

 
Ração para Tigre d'água

Dieta recomendada


Carnívora: como forma de diversificar a alimentação pode-se oferecer carne bovina moída crua, pedaços de frango cru, artêmia, larva de besouro, tenébrio, besouro de amendoim, pedaços de peixe, clara de ovo cozida, camarão fresco, lagostim, caramujo, minhoca, molusco, crustáceo e outros.

Herbívora: também podem ser oferecidos vegetais e frutas não cítricos, atenção com a alface comum não deve ser oferecida por provocar diarreia. Como sugestão pode se ofertar hortaliças escuras como couve, folha de brócolis, banana, goiaba, legumes, verduras, sementes, talos, caules, raízes e outros. Pode se oferecer plantas aquáticas com rabo de raposa, água pés mirim ou normal, Cabomba e Elodea, algas.

ATENÇÃO: Não mantenha na dieta dos quelônios camarões desidratado (Gammarus e outros), pois esse tipo de alimento não tem nutrientes para os quelônios. Além disso, é um alimento viciante, pelo seu sabor agradável o que pode fazer com que seu quelônio não queira outro tipo de alimento. Dessa forma seu animal poderá apresentar baixo desenvolvimento e ficar propícios a doenças. Ele deve ser entendido como petisco e ser oferecido raramente.


Quantidade de alimento


A quantidade de alimento diário que se deve oferecer a um quelônio, pode ser feito utilizando uma referência para evitar excessos (desperdícios) ou deixá-lo insatisfeito (com fome).

Não há um consenso na quantidade de ração oferecida, há quem diga que são apenas alguns poucos "bastões" 2 ou 3 vezes por dia, outros afirmam que se deve oferecer ração até ela deixar de comer, outros relatam que deve ser oferecido ração 1 vez ao dia, enfim vai variar de acordo com cada animal... Só quem possui uma tigre d’água sabe que elas são muito famintas e insaciáveis.

Recomendamos a seguinte associação: o tamanho da cabeça da tigre d'água, tem um tamanho aproximado do tamanho de seu estômago. Dessa forma, deve-se utilizar como referência a relação tamanho do estômago X tamanho da cabeça (você deve preparar uma porção de alimento utilizando essa referência). Mas é muito importante observar o desenvolvimento e comportamento do seu animal e adequar as necessidades dele.

Dieta para filhote x adulto


Vale salientar que há diferença nutricional entre filhotes e adultos. Os filhotes, por terem metabolismo acelerado nos primeiros anos de vida, devem ser alimentados de 2 a 3 vezes ao dia, com uma dieta mais carnívora, mais proteica, a base de carnes.

Já animais adultos depois de 1½ ano,  devem ser alimentados de 1 vez ao dia com uma dieta mais herbívora a base de folhas, vegetais.
 
É muito normal quando o filhote chega em um novo recinto, ele demore a aceitar a ração oferecida, devido o estresse da viajem, da adaptação ao novo ambiente, assim como é esperado que ele fique mais tempo dentro da água onde ele se sentirá mais seguro.

Se acontecer essa situação é importante verificar as condições de temperatura (26° a 28°C) da água, qualidade dessa água, verifique se há presença de machucados ou doenças fúngicas, caso não haja nenhum problema acima, não se desespere tenha calma e continue oferecendo alimento.


Alimentos Vivos



Os peixes são alimentos naturais delas, tenha em mente que ao colocá-los junto com seu animal mais cedo ou tarde elas os perseguirão e irão comê-los, seguindo a cadeia alimentar, predador x presa.



Muitas espécies podem ser colocadas juntas como Lips, Lambaris, Guarus, e as vezes acrescidos dos peixes Gobbys, Platys, Molinésias, Espadas e Kinguios (Selvagens), são facilmente vendidos em casas de aquarismo. Pode-se optar por comprar o “cento” ou saco fechado (o quê é mais barato). O preço varia de acordo com o período, disponibilidade e tamanho. 
Tenébrio

O eles precisam para ter uma qualidade dentro do aquaterrário ou lago é um bom sistema de filtragem de água para mantê-los saudáveis e aos poucos ir os oferecendo ao seu quelônio. Um local bom para mantê-los é no SUMP, assim poderá criar peixes separados do seu animal.

Minhocas também podem ser oferecidas com moderação. Quando ofertado tenébrios ou larvas de grande porte recomenda-se retirar a cabeça.

Excesso de alimento


O importante é evitar sobras na água, fator que contribui para formação de amônia e outros compostos que saturam e prejudicam a qualidade da água. Toda ração oferecida deve ser consumida em no máximo 10 minutos depois desse tempo se não comida deve ser retirada.


Vale ressaltar a importância do quelônio tomar sol, pelo menos de 15 a 30 minutos diariamente, preferencialmente, antes das 10h da manhã e após as 15h, evitando períodos mais quentes. Deve se garantir que ela escolha sombra ou água nesse período. Esse cuidado garante a absorção de vitamina D3, cálcio, previne doenças.
















Tigre d’água Híbrida é um problema?

É complicado abordar a situação de hibridismo em qualquer espécie, sabe-se que o resultado do cruzamento de espécies distintas pode gerar ...