As tigres d’água são ectotérmicas (não são capazes de regular a temperatura por mecanismos internos), necessitam de fontes externas de calor para elevar e regular a temperatura, e assim, podem atingir um grau considerável de estabilidade da temperatura corpórea por meio da regulação da troca de energia térmica com o ambiente. As temperaturas corporais de tartarugas que se aquecem ao sol são mais elevadas do que as temperaturas da água e do ar e podem acelerar a digestão, o crescimento e o desenvolvimento dos ovos.
Outras funções orgânicas estimuladas pelo aquecimento: apetência (fome, vontade de comer), digestão (conversão do alimento ingerido em nutrientes assimiláveis), assimilação (aproveitamento dos nutrientes para os diversos sistemas corporais), excreção (eliminação dos resíduos resultantes dos processos corporais), respiração (processo oxidativo para produção de energia), manutenção de um sistema imune ativo (capacidade de resistir a doenças), atividade muscular, reprodução, as sínteses hormonal e enzimática e o que mais que mantenha o quelônio saudável, são influenciadas também pela temperatura.
Nesse sentido, torna-se evidente que um controle adequado da temperatura é essencial para a obtenção de sucesso em manter o recinto saudável.
O ideal é dispensar ao quelônio a luz solar, diariamente, dando-lhe a opção de quando ele quiser ele procure o sol e quando não ele se retire, mas para aqueles animais restritos ao interior das residências necessitarão de lâmpadas artificiais específicas para répteis para suprir a demanda de radiação e calor solar.
Tipos de lâmpadas
As lâmpadas a serem utilizadas para tigre d’água são divididas em 3 modelos: UVA, UVB e aquecimento, cada uma com função diferente. O uso delas são necessárias quando o animal não tem acesso ao sol periodicamente.
LÂMPADA UVA – essa radiação auxilia na apetência, no comportamento reprodutivo. Pode-se usar de 75 a 100 watts de potência (30% de UVA). Essa lâmpada pode emitir um pouco de calor.
LÂMPADA UVB – auxilia no metabolismo da vitamina D3 e absorção do cálcio, na prevenção e reversão de doenças metabólicas.
Pode-se usar de 3.0 a 5.0 (porcentagem de radiação UVB emitida).
O recomendado é a de 5.0. com potência entre 15 a 30 watts.
Se optar pela lâmpada de 3.0, esta terá que estar mais aproxima da área que o animal se encontrará para ter o efeito.
Lâmpada UVB 5.0 |
Lâmpada tubular 5.0 |
LÂMPADA de AQUECIMENTO – auxilia no metabolismo em geral, possui a função de aquecer o ambiente.
Ela é ideal para regiões do país onde se tem a temperatura mais fria como o sul, sudeste e em determinadas regiões com norte e nordeste talvez seu uso não seja recomendado. Deve-se avaliar a temperatura do local com um termômetro para ver se é viável tê-la.
Lâmpada de cerâmica |
Encontra-se diversos modelos de lâmpadas de aquecimento: cerâmica, infravermelho, halôgenia, incandescente. As lâmpadas feitas de cerâmica são ótimas opções por sua resistência e por não emitir luz. Busque lâmpadas de aquecimento até a potência de 100 watts para evitar sobre carregamento de sua rede elétrica.
É necessário que o recinto de seu quelônio tenha um termômetro para aferir a temperatura ambiente e assim determinar se é necessário ou não, ou quando usar a lâmpada de aquecimento. Além de informar se os parâmetros do recinto estão aceitáveis.
Outro dispositivo para se ter é o Dimmer, capaz de controlar a potência da lâmpada, o que ajudaria a determinar a temperatura que se quer manter.
Distância das lâmpadas
A distância que as lâmpadas devem ficar em relação a área seca, ao solo, é em média de 30 cm (para UVB 5.0 e aquecimento), no entanto, essa distância deve variar para mais ou para menos de acordo com sua função e potência.
A UVB de 3.0 deverá estar mais aproxima da área seca, rampa ou tronco (em torno de 20 cm).
Em relação a tensão, voltagem 110v ou 220v, irá depender do que é fornecido na sua casa pela concessionaria que fornece energia elétrica.
Tempo de uso
As lâmpadas são um recurso que auxiliam no cuidado do seu quelônio, e em hipótese alguma se comparam a luz natural emitida pelo sol, mas se usadas de forma correta atendem a demanda trazendo benefícios ao seu animal.
Pode-se fazer uma relação para se determinar o tempo de uso das lâmpadas UVs por dia e atender a necessidade da tigre d’água.
Relaciona-se 30 minutos de acesso a luz do sol seria em torno de 2h30 minutos de luz UVs. Nesse sentido, deve-se deixar a lâmpada UVs acesas em torno de 3 a 4 horas por dia o quê já ofereceria o mínimo de radiação para manutenção da saúde do seu animal.
Vale ressaltar que se deve respeitar o interesse do animal em sair da água e secar-se. Não se deve forçar a exposição as lâmpadas, e no recinto deve haver local com água, sombra para que ele faça sua termoregulação.
Com o passar do tempo e observação pode identificar o período que o animal mais fica na área seca e assim ajustar a ligar as lâmpadas nesse período. Um dispositivo que auxiliaria nesse controle seria o Timer, que é capaz de controlar automaticamente quando as luzes seriam acessas e o tempo que ficariam acessas.
Tempo de troca
Em todo produto, em sua embalagem, encontra-se o tempo que ele deve ser trocado, essa informação vai variar de marca para marca, assim como tempo de uso, mas recomenda-se que essa troca não ultrapasse 12 meses, por que a partir desse período perde-se a quantidade de emissão de radiação e diminui a eficiência da lâmpada.
Observações
A temperatura da água deve ficar entre 26 a 28ºC e para estimular o quelônio a sair da água e que ele procure a área seca para secar-se e aquecer-se a temperatura ambiente, do recinto, deve ser mais alta em torno de 30ºC, mas se deve respeitar um gradiente de diferença de temperatura que não deve nunca ser mais de 5ºC.
Assim como a exposição à luz do sol não deve passar por nenhum filtro como vidros, plásticos, também deve-se respeitar essa premissa para luz artificial.
As lâmpadas UVs devem ficar posicionada perpendicular a área seca, ao solo, para que se aproveite o máximo da emissão de luz, de preferência sob a rampa que da acesso a parte seca, pois isso auxilia no estímulo a sair da água.